Depois de ajudar na negociação que praticamente doou a Celg para a iniciativa privada, o ex-presidente da Celg Participações, Fernando Navarrete, publicou ontem (22/08) em seu Twitter um post no mínimo curioso
Na rede social, Fernando Navarrete questionou a possibilidade de privatização da Eletrobras, alegando que o governo de Michel Temer (PMDB) está combalido e carente de legitimidade. Pois não era exatamente a mesma situação em que se encontrava a Celg quando o governador Marconi Perillo (PSDB) decidiu se livrar dela?
“Como é possível admitir que um governo, combalido e de precária legitimidade, privatize a @Eletrobras , estrategicamente vital para o país”, disse Fernando Navarrete.
Na época a venda da Celg foi duramente criticada pela oposição pois, além da suspeita de que o governador queria enterrar os ilícitos ali cometidos, tinha-se a compreensão que a estatal era fundamental para o desenvolvimento do Estado.
A negociação sempre esteve envolvida em polêmicas por trazer prejuízos tanto aos goianos quanto para o Estado. Isso porque, além de ficar sem o seu maior patrimônio, os goianos herdarão dívidas da empresa e o governo não irá conseguir reaver nem 20% do que investiu na estatal ao longo dos anos.
Em artigo publicado ainda em 2015, o senador Ronaldo Caiado escancarou a lógica perversa por trás dessa transação. “É bom que os goianos não se esqueçam que, mesmo sendo uma empresa bilionária, sem concorrência, a Celg sofreu nos últimos 16 anos uma dilapidação de seu patrimônio. Isso é nítido, não há propaganda que possa esconder esta realidade. Em vez de ser voltada para o seu foco, que obviamente é a distribuição de energia, a Celg passou a ter como finalidade a participação em acordos políticos, financiamento de campanhas eleitorais e reforço de caixa para salvar algumas políticas deste governo falido. Como resultado, a Celg apresentou sinais de anemia nos últimos anos”, lembrou.
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