José Eliton recebe sem trabalhar na Goiás Fomento

O vice-governador e secretário de Segurança Pública José Eliton (PSDB) tem remuneração mensal de R$ 20.041,00. Porém, os mais de 22 salários mínimos não parecem ser suficientes. Eliton recebe também gratificações por integrar conselhos de administração de empresas estatais. Só da Goiás Fomento o vice-governador tem acréscimo de mais R$ 5.511,34

A gratificação para participação de reuniões em órgãos de deliberação coletiva, conhecida como Jeton, é um penduricalho usado por integrantes do governo para aumentar seus próprios contracheques e de uns poucos apaniguados. No caso da Goiás Fomento, o salário extra que José Eliton recebe também é pago para o ex-presidente da Saneago José Taveira, recentemente preso pela Polícia Federal, e para o ex-presidente da Celg José Paulo Loureiro. 

Para abocanhar os mais de R$ 5 mil, Eliton participa de uma única reunião mensal do Conselho de Administração da Goiás Fomento. A gula do vice-governador por dinheiro público, no entanto, é ainda maior. José Eliton integra outros conselhos, o que eleva sua remuneração mensal, aproximando-se teto constitucional dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), acima dos R$ 30 mil mensais.

A farra com dinheiro público é tão grande em Goiás que o próprio Palácio das Esmeraldas reagiu para minimizar a situação. Decidiu enviar projeto de lei para a Assembleia Legislativa para impedir que pessoas sem conhecimento técnico comprovado integrem esses conselhos de administração apenas para aumentar o próprio salário. Até lá, José Eliton continuará recebendo seus extras tranquilamente. 

O caso foi denunciado pelo líder do PMDB na Assembleia, José Nelto. Segundo o parlamentar, a Goiás Fomento tornou-se uma casa de marajás. O peemedebista afirma que a remuneração é inconstitucional e que vai acionar o presidente da empresa, Cyro Miranda na Justiça. 

Ilegal ou não, o vice-governador José Eliton se auto-remunerar com Jeton é, no mínimo, imoral.