O governador Marconi Perillo (PSDB) sofre com o que os especialistas chamam de ‘fadiga de material’. O tucano está no poder há quase 20 anos e acumula um desgaste tão avassalador que seu apoio formal tornou-se um dos principais motivos da derrota vexatória do empresário Vanderlan Cardoso (PSB) na disputa pela Prefeitura de Goiânia
O governador Marconi Perillo (PSDB) sofre com o que os especialistas chamam de ‘fadiga de material’. O tucano está no poder há quase 20 anos e acumula um desgaste tão avassalador que seu apoio formal tornou-se um dos principais motivos da derrota vexatória do empresário Vanderlan Cardoso (PSB) na disputa pela Prefeitura de Goiânia. Para se manter, Marconi usa velha tática: tentar dividir seus adversários.
Eleito em 1998 com o apoio substancial do eleitor de Goiânia e das maiores cidades ávidos por mudança, aos poucos Marconi tornou-se um político com força apenas no interior – quanto mais distante, pobre e com menos informação, mais fértil o campo para a manutenção do chamado ‘marconismo’. Um exemplo é o Entorno do Distrito Federal, com índices absurdos de violência, sem investimento em infraestrutura básica, local onde o tucano se perpetua às custas de campanhas eleitorais milionárias.
Diante do esgotamento do projeto de poder de Perillo, o tucano voltou a lançar mão de um expediente conhecido e já usado por ele em outros momentos: dividir seus adversários para prevalecer sobre eles. Em 2010 e 2014 essa divisão foi fundamental para que Marconi vencesse. Na disputa passada pelo governo, a oposição chegou ao pleito já completamente em frangalhos e derrotada.
Os partidos de oposição em Goiás hoje dispõem de nomes competitivos: entre eles, o senador Ronaldo Caiado (DEM), o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB). Todos têm condições hoje de fazer frente ao nome do governo: o desgastado vice-governador e secretário de Segurança Pública, José Eliton.
Como irá se tornar governador em 2018 (quanto Marconi deixar o governo para ser candidato ao Senado), José Eliton é o candidato natural da base governista. Porém, ele já chegará baleado diante de uma gestão pífia da segurança pública, da falta de carisma e com a enorme sombra de desconfiança de seus próprios aliados.
Com o cenário atual, Marconi tentar antecipar a disputa na oposição e criar uma intriga entre os postulantes ao governo, desgastando-os. Fez isso com sucesso nas disputas anteriores e conseguiu, assim, manter-se no Poder.
Resta saber se a oposição cairá na pilha de Marconi novamente, fomentada por uma imprensa fartamente sustentada por ele, ou se terá inteligência suficiente para se fortalecer, agregar novos partidos, atrair os muitos descontentes com o tucano e mirar o eleitor já exaurido dos governos pífios do PSDB em Goiás.
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